segunda-feira, 26 de julho de 2010

Sorteio do livro A Cabana


Olá amigos (as),
Vou sortear entre meus leitores este livro que foi tão falado no mundo inteiro, e ainda é. Ele foi importante para mim, e espero que seja importante pra você também! Se você já leu, aproveite para participar e presentear alguém com essa história cativante e enriquecedora.
Para participar é simples:
1 - Assinar o blog ali do lado, logo abaixo da minha foto. É só colocar seu email, assim você estará por dentro do que acontece por aqui!
2- Deixar um comentário neste post com seu NOME e EMAIL, para que, se você for o sortudo (a), eu possa entrar em contato com você.
E  pronto! Já está concorrendo ao livro A Cabana!
Se quiser ter duas chances de ganhar, é só dar RT na frase no twitter: RT Estou concorrendo ao livro A Cabana que o @_ViniciusSimoes está sorteando! http://migre.me/SWpQ
Se deu RT na frase é só fazer mais um comentário neste post, que você concorrerá com 2 números!
Pra terminar, o sorteio será feito pelo Random (http://www.random.org/lists/) o vencedor (a) levará para casa o livro sem custo algum! Sorteio dia 18/07
Boa sorte!

Acidente e morte na Curva do Saldanha: Irresponsabilidade da Prefeitura..

O último acidente trágico ocorrido na Curva do Saldanha: morte e revolta. A prefeitura foi irresponsável? O Ipovi acompanhou e interviu no caso. Acompanhe passo a passo:
1) O Vereador Fabricio Gandini, no dia 12 de maio solicitou à prefeitura a instalação do Guard Rail na Curva do Saldanha. Demonstrando que havia riscos na região.
2) No dia 02 de Julho a prefeitura responde que iniciará estudos sobre o caso:
3) Ocorre o acidente na Curva do Saldanha no mês de dezembro causando a morte de uma pessoa:
4) O IPOVI realiza intervenção no local do acidente. Estamos intervindo para que se coloque o Guard Rail na "Curva" de parte superior.

Climatização das Salas de Aula das Escolas da Prefeitura de Vitória

Eu juntamente com o vereador Fabricio Gandini visitamos, durante o ano passado, as escolas municipais (Ensino Fundamental) e constatamos, dentre muitos problemas, o excesso de calor no interior das unidades de ensino. Na maioria das escolas, é desumana as condições de temperatura. Professores e alunos sofrem quando permanecem horas dentro de salas com temperaturas elevadas comprometendo o rendimento escolar. Havia escolas em que os professores davam aula no pátio, de alunos e professores passando mal devido ao calor. Diante disso iniciei uma pesquisa sobre o tema e descobri que o Ministério Nacional do Trabalho criou normas para o assunto: são as NORMAS REGULAMENTADORAS (NRs).  A NR 17 diz o seguinte: "Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam solicitação intelectual e atenção constantes, é necessário manter o Índice de Temperatura Efetiva entre 20° a 23° graus centígrados.
Imediatamente criamos a Proposta de Lei obrigando a Prefeitura de Vitória a garantir condições ideais de temperatura nas salas de aula das escolas da cidade. Não é questão de luxo, e sim de proporcionar condições de trabalho e aprendizagem nas escolas. A Educação é coisa séria e precisa de medidas de impacto.

Agora é Lei: Silêncio nos Ônibus de Vitória.

Não aguentava mais né!
Você já ficou incomodado quando alguém liga algum tipo de som alto dentro do ônibus! Celulares, aparelhos de som portáteis, mesmo instrumentos musicais são usados frequentemente por passageiros dentro dos ônibus perturbando a ordem e gerando desconforto a outros passageiros. Diante de muitas reclamações decidimos, através do vereador Fabrício Gandini (PPS) no ano passado criar uma Proposta de Lei em Vitória proibindo o uso de aparelhos sonoros em ônibus, exceto com fone de ouvido. Já foi aprovada. A prefeitura se encarregará de colocar sinalização de proibição no interior dos veículos com o telefone para denunciar que descumprir a lei.
Esta lei é educativa e que levará certo tempo para ser absolutamente praticada como acontece com o cigarro. Certo também de que quando foi criada a lei de proibição do cigarro, a mesma custou certo tempo para se adaptar à sociedade. Já é tão difícil de se viver neste país e a população não precisa aturar mais um desconforto e desrespeito.



segunda-feira, 19 de julho de 2010

O Haiti Existe?

Interessados em exibir na Europa uma coleção de animais exóticos, no início do século XIX, dois franceses, os irmãos Edouard e Jules Verreaux, viajaram à África do Sul. A fotografia ainda não havia sido inventada, e a única maneira de saciar a curiosidade do público era, além do desenho e da pintura, a taxidermia, empalhar animais mortos, ou levá-los vivos aos zoológicos.
No museu da família Verreaux os visitantes apreciavam girafas, elefantes, macacos e rinocerontes. Para ela, não poderia faltar um negro. Os irmãos aplicaram a taxidermia ao cadáver de um e o expuseram, de pé, numa vitrine de Paris; tinha uma lança numa das mãos e um escudo na outra.
Ao falir o museu, os Verreaux venderam a coleção. Francesc Darder, veterinário catalão, primeiro diretor do zoológico de Barcelona, arrematou parte do acervo, incluído o africano. Em 1916, abriu seu próprio museu em Banyoles, na Espanha.
Em 1991, o médico haitiano Alphonse Arcelin visitou o Museu Darder. O negro reconheceu o negro. Pela primeira vez, aquele morto mereceu compaixão. Indignado, Arcelin pôs a boca no mundo, às vésperas da abertura dos Jogos Olímpicos de Barcelona. Conclamou os países africanos a sabotarem o evento. O próprio Comitê Olímpico interveio para que o cadáver fosse retirado do museu.
Terminadas as Olimpíadas, a população de Banyoles voltou ao tema. Muitos insistiam que a cidade não deveria abrir mão de uma tradicional peça de seu patrimônio cultural. Arcelin mobilizou governos de países africanos, a Organização para a Unidade Africana, e até Kofi Annam, então secretário-geral da ONU. Vendo-se em palpos de aranha, o governo Aznar decidiu devolver o morto à sua terra de origem. O negro foi descatalogado como peça de museu e, enfim, reconhecido em sua condição humana. Mereceu enterro condigno em Botswana
Em meus tempos de revista “Realidade”, nos anos 60, escandalizou o Brasil a reportagem de capa que trazia, como título, “O Piauí existe.” Foi uma forma de chamar a atenção dos brasileiros para o mais pobre estado do Brasil, ignorado pelo poder e pela opinião públicos.
O terremoto que arruinou o Haiti nos induz à pergunta: o Haiti existe? Hoje, sim. Mas, e antes de ser arruinado pelo terremoto? Quem se importava com a miséria daquele país? Quem se perguntava por que o Brasil enviou para lá tropas a pedido da ONU? E agora, será que a catástrofe – a mais terrível que presencio ao longo da vida – é mera culpa dos desarranjos da natureza? Ou de Deus, que se mantém silencioso frente ao drama de milhares de mortos, feridos e desamparados?
Colonizado por espanhóis e franceses, o Haiti conquistou sua independência em 1804, o que lhe custou um duro castigo: os escravagistas europeus e estadunidenses o mantiveram sob bloqueio comercial durante 60 anos.
Na segunda metade do século XIX e início do XX, o Haiti teve 20 governantes, dos quais 16 foram depostos ou assassinados. De 1915 a 1934 os EUA ocuparam o Haiti. Em 1957, o médico François Duvalier, conhecido como Papa Doc, elegeu-se presidente, instalou uma cruel ditadura apoiada pelos tonton macoutes (bichos-papões) e pelos EUA. A partir de 1964, tornou-se presidente vitalício… Ao morrer em 1971, foi sucedido por seu filho Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc, que governou até 1986, quando se refugiou na França.
O Haiti foi invadido pela França em 1869; pela Espanha em 1871; pela Inglaterra em 1877; pelos EUA em 1914 e em 1915, permanecendo até 1934; pelos EUA, de novo, em 1969.
As primeiras eleições democráticas ocorreram em 1990; elegeu-se o padre Jean-Bertrand Aristide, cujo governo foi decepcionante. Deposto em 1991 pelos militares, refugiou-se nos EUA. Retornou ao poder em 1994 e, em 2004, acusado de corrupção e conivência com Washington, exilou-se na África do Sul. Embora presidido hoje por René Préval, o Haiti é mantido sob intervenção da ONU e agora ocupado, de fato, por tropas usamericanas.
Para o Ocidente “civilizado e cristão”, o Haiti sempre foi um negro inerte na vitrine, empalhado em sua própria miséria. Por isso, a mídia do branco exibe, pela primeira vez, os corpos destroçados pelo terremoto. Ninguém viu, por TV ou fotos, algo semelhante na Nova Orleans destruída pelo furacão ou no Iraque atingido pelas bombas. Nem mesmo após a passagem do tsunami na Indonésia.
Agora, o Haiti pesa em nossa consciência, fere nossa sensibilidade, arranca-nos lágrimas de compaixão, desafia a nossa impotência. Porque sabemos que se arruinou, não apenas por causa do terremoto, mas sobretudo pelo descaso de nossa dessolidariedade.
Outros países sofrem abalos sísmicos e nem por isso destroços e vítimas são tantos. Ao Haiti enviamos “missões de paz”, tropas de intervenção, ajudas humanitárias; jamais projetos de desenvolvimento sustentável.
Findas as ações emergenciais, quem haverá de reconhecer o Haiti como nação soberana, independente, com direito à sua autodeterminação? Quem abraçará o exemplo da dra. Zilda Arns, de ensinar o povo a ser sujeito multiplicador e emancipador de sua própria história?
Frei Beto