segunda-feira, 6 de setembro de 2010

A Revolta da Vacina: Rio de Janeiro – 1904.

No inicio do século XX, a cidade do Rio de Janeiro, capital da República, apesar de possuir belos palacetes e casarões, tinha graves problemas urbanos: rede insuficiente de tratamento de água e esgoto, coleta de resíduos precária e cortiços super povoados. Nesse ambiente proliferavam muitas doenças como a tuberculose, o sarampo, o tifo e a hanseníase. Decidido a sanear e modernizar a cidade, o então presidente da República Rodrigues Alves deu plenos poderes ao prefeito ao médico Dr. Oswaldo Cruz para executarem um grande projeto sanitário. Foi colocado em prática uma reforma urbana, que ficou conhecida como bota abaixo, em razão das demolições dos velhos prédios e cortiços que deram lugar a grandes avenidas, edifícios e jardins. Milhares de pessoas pobres foram desalojadas à força sendo obrigadas a morar nos morros e na periferia. Esse projeto fortaleceu a segregação social na cidade do Rio de Janeiro. Para o combate às doenças o Oswaldo criou uma vacina e o governo a tornou obrigatória. Isso foi o estopim da revolta: no dia 5 de Novembro, a oposição criava a Liga contra a Vacina Obrigatória. A cidade virou um campo de guerra. A população exaltada depredou lojas, virou e incendiou bondes e fez barricadas. A reação popular levou o governo a suspender a obrigatoriedade da vacina, declarar estado de sítio e conter a rebelião. Pessoas foram presas e muitas delas deportadas para o Acre. Ao reassumir o controle da situação, o processo de vacinação foi reiniciado. A varíola, em pouco tempo, foi erradicada da capital.

Prof. Vinicius Simões

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